sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Baalbek, sob as bençãos do profeta

Descendo o calçadão da rua Halfeld, na primeira galeria a direita entre. Já dentro dela, vire a direita. Ali é o alardeado "Beco do Baltazar", cantado em samba memorável de Armando Aguiar Mamão. Também conhecido como "Galeria da Mineira", apelido da época que a mesma não tinha saída e culminava na sede da companhia Mineira de energia, tempos que a Cemig ainda não existia.

Tal lugar sempre conhecido pelo Bar do Beco que deu origem ao mais tradicional bloco carnavalesco da cidade, o Bloco do Beco.

Mas meu encanto por esse lugar sempre se deu pela casa de comida árabe ali localizada. O Baalbek tornou-se um grande boteco de Juiz de Fora, sem perder em nenhum momento a qualidade de suas cozinha árabe. Eu diria que ali está a melhor esfiha da cidade e sem dúvida o melhor kibe com labne que ja saboreei na vida.

Cabe salientar que Juiz de Fora é a segunda colônia sírio-libanesa do Brasil. Sendo assim a tradição da comida árabe nesta cidade é forte, graças a Alah, sob as graças de Mohamed.


A galeria cheia de bares, com luz baixa, dá o clima da boemia, tornando o local ainda mais charmoso. No verão a possibilidade de escapar do sol quente, princpalmente aos sábados quando mantemos aquele hábito de descer o calçadão seja pra olhar vitrines, seja pra dar pinta e encontrar conhecidos na mais famosa rua da cidade. No inverno, a possibilidade de escapar do frio. Ponto de encontro das pessoas que usam também os sábados para as lutas políticas, sejam sindicais, populares e sindicais.

Em tempos memoráveis o Baalbek oferecia o chope da Brahma gelado e bem tirado. O grande movimento possibilitava a alta rotatividade, que garantia um chope fresco e gelado. Se não mais há chope, continua havendo lá uma das cervejas mais geladas da face da terra.

No santo sábado, dia santo sim, no calendário do frequentador de boteco, a casa oferece uma iguaria. Um belo pernil assado, que pode ser degustado em forma de porção, bem acebolado, ou simplesmente o sanduíche de pernil, preferência de vosso interlocutor. Tal sanduíche ganha trejeitos sublimes quando regado com o molho de tahine, preparado ali mesmo na casa.

Como todo boteco que se preze, o Baalbek tem seus frequentadores assíduos que soam como personagens, que sem os mesmos, o bar perderia o charme. É um lugar onde facilmente pode-se ir sozinho e ter com quem conversar. Muitas vezes lá estive, no final das tardes de sexta, e ganhei bons minutos da vida, conversando ali mesmo, no balcão com as figuras carimbadas que ali estão.


Com a turma reunida, independente da casa cheia, sempre arruma-se espaço. Uma mesa aparece, uma cadeira é resgatada e em poucos minutos todos estão sentados e prontos pra desfrutar da casa.

Apesar de estar localizado numa galeria, o trânsito de pessoas é intenso, e é sempre possível cruzar ali com os conhecidos, puxar mais uma cadeira e esticar o papo.

O Baalbek é portanto, um oásis de calmaria e tranquilidade, pra quem passa correndo no coração da cidade de Juiz de Fora, espremendo tempo. Lá é sempre possível fazer o tempo durar mais um pouco, até a saideira.

7 comentários:

  1. O sanduba de pernil de lá é formidável, não há igual.

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  2. "Eu diria que ali está a melhor esfiha da cidade..." Concordo! Huuuummmm...

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  3. Esse eu conheço há séculos... Bom demais mesmo...

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  4. Divino!!!!! Melhor comida árabe, atendimento!!! Muito bom!

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  5. Muito gostoso mesmo!! Quem sabe começam a fazer entregas em casa durante o funcionamento da casa?!
    Fica a dica!

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